quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Meu luto
Por Deus
não imaginas
quanto está doendo
inanir esse amor
Sentimento
ainda tão vivo
tendo eu
que sacrificar
Por não
ser permitido
que o nosso amor
tenha existido
Venho tentado
matar-te
dentro de mim
meu funeral.
Rafaela Cartaxo
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Detonador
Me pedes
para arriscar
correr o risco
de não te-lo
Posso também
vir a lhe ter
mas se não o tiver
onde detonarei
Esse arsenal
de amor
que explodirá
em mim
Já que
por tua falta
bombas serão
sim acionadas.
Rafaela Cartaxo
Teu corpo nu
Quando localizo
o teu olhar
tenho a sensação do
corpo todo arrepiar
Gelo na mão
que desliza
o corpo inteiro
escorregando vai
Esperando
aquele beijo
abraço por trás
carinho na nuca
Sentindo teu amor
percorrer minha pele
num súbito de paixão
me enlouquece
Lentamente vou eu
cedendo as tuas vontades
me satisfazendo no teu
corpo nu bem devagar.
Rafaela Cartaxo
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Justiça divina
O câncer destrói
o orgulho
O câncer destrói
a vaidade
Pouco a pouco
mata o ser vivente
e os que assistem
a morte do seu parente
Aprendem lentamente
que o dinheiro não tem
valor algum nas últimas horas
nem pode comprar vida
Percebem o quão iludidos
são os materialistas que querem
ser tratados como Dr. e Dra.
segundo as suas riquezas
Que nem se quer
podem impedir suas
mutações genéticas
de alastrar seu câncer
No leito do câncer
todos são iguais
ricos e pobres
definham sem piedade
Arrota agora rico
o teu hálito apodrecido
do teu câncer generalizado
na cara dos desfavorecidos
Quem levará
as tuas posses
para o plano espiritual
ninguém, ninguém, ninguém
Nada levarás
além de tua alma desnutrida
por falta do bem
que pode fazer mas não fez.
Rafaela Cartaxo
domingo, 23 de fevereiro de 2014
Pout- Pourri dos versos
Quando acordei
ao ver o sol
lembrei de ti
em como
os teus olhos
me desnorteiam
assim como o sol
me impacta a visão.
Vivo mudando
assim como o camaleão
que muda de cor
lagarta que vira borboleta
porque tenho certeza
que se rato pudesse
virava morcego.
O mundo
sem romantismo
em carnificina acabará
a vida sem poesia
se perderá em seus versos
que controverso
mataram os poetas.
Não vou chorar
porque lágrimas
não regam jardins
nem lavam minha alma
apenas borra maquiagem
e eu não quero
ficar amarrotada
não hoje.
Talvez por não ter encontrado
um amor dos contos de fada
fui inventando e escrevendo
os meus próprios faz de conta
É dessa vez e faz acontecer
doando os meus melhores
personagens a amadores
afinal o meu capital
não pagaria artistas globais.
Ser diferente
não significa estar errado
mas apenas querer viver
suas próprias vontades e escolhas
ao invés de consolar-se
com as já existentes
diferenças internas
refletem o externo.
Se adormecesse
dentro de mim
hesitaria acordar-te
dormiria contigo
sonho com sono
sem querer acordar
sede do eterno.
Pouco a pouco
vou me acostumando
a dormir sozinha
ando cansada de dividir
a minha noite e cama
com estranhos conhecidos
pessoas e seus disfarces
não me atraem afinal
nada além da essência
me faz atraída.
Como uma abelha
roubo teu néctar
me satisfaço
vôo embora
sacudindo
o teu pólen
longe de mim.
Rafaela Cartaxo
Nossas retinas
Te sorrio
de mansinho
devagarzinho
vou soltando
meu charminho
sei que você
não resiste
aos meus
encantos sutis
a demora é
só me olhar
nos olhos
que uma energia
vorazmente emana
minha retina
entra na tua
a tua na minha
e quando vejo
já estamos à sós
com ou sem
cama e lençóis.
Rafaela Cartaxo
Deflorada
Essa noite
meu organismo
sentiu tua falta
abstinência
O corpo tremia
só de lembrar
dos nossos orgasmos
ele tremia
Eu despida
em minha cama
pus-me a tocar
nossa rosa
À recordar
das vezes
que desflorada
foi por ti.
Rafaela Cartaxo
Tela tua nua
Se pintora eu fosse
pintaria uma
tela tua nua
para expor
bem no meio
da minha sala
todas as tuas
formas e curvas
apreciando
a tua obra
como se fosse
um Picasso.
Rafaela Cartaxo
Recíproca
Passei ao teu lado
vi teu olhar
sem disfarçar
me seguindo
A música
já embalava
meus movimentos
de piração
Quando teu olhar
esbarrou-se no meu
fitando-os me puxou
para dançar, dançar
Meu corpo
sobre o teu corpo
sem querer parar
só deslizava
O ritmo delirante
foi frenético
não deu pra evitar
a tua boca
Que me roubou
da boca meus beijos
que também viraram
recompensa de ladrão.
Rafaela Cartaxo
sábado, 22 de fevereiro de 2014
Estrelas sem tu
Azul da noite
estrelas cintila
são tantas
e como brilham
De pensar
que podes estar
em outros braços
apontado-as
Relampeia
troveja
levanta poeira
meu coração.
Rafaela Cartaxo
Eu
Tudo que eu preciso é esvair
dessa carcaça cansada e inútil
todos os bons e maus pensamentos
através da minha escrita
Não me importo de escrever assim
nunca tive pretensão de ser alvo do leitor
minhas palavras sempre serviram a mim
como escape do esconderijo interior
Por isso escrevo
com as lágrimas
com o pranto
com a dor
Escrevo sem medo
sem máscaras
com maquiagem borrada
mas de alma lavada
Da coragem de mostrar
a mim mesma e ao mundo
quem realmente sou.
Rafaela Cartaxo
Adiante
Hoje não espero
que volte mais
parei de lamentar
a frieza do teu adeus
Jogada em meio
ao mar aberto
ancorada nas
tuas indecisões
Pego meus remos
desço meu bote
afim que águas
me levem adiante
Água me leva
água me traz
com tantas ondas
acabo a desaguar-te
Rafaela Cartaxo
Reino sem majestade
Ainda na infância lembro-me de ter escutado
adultos se referindo a pessoas
pobres como simples e as
pessoas ricas como importantes
Eu não compreendia muito bem
e talvez a pouca idade não me deixasse
analisar tão profundamente esta questão
afinal tinha tantas brincadeiras
Tinha as cercas de arame farpado
das frutíferas chácaras que eram
escaladas facilmente por
crianças teimosas feito eu
Pulávamos, corríamos entre as fruteiras
e furtávamos seus frutos
gostávamos daquele perigo seguro
onde os nossos gritos podiam ser ouvidos
Facilmente pelos nossos pais
mesmo que se por eles descobertos
levássemos muitas broncas
mas aquela expressão ouvida na infância
Titulando a ricos como importantes
e a pobres como simples
sempre me inquietou
pois veja só
Quando que um pobre é tratado
ou referido como alguém importante?
mas quando chamam alguém que segundo as suas
condições monetárias lhe qualificam importante
E ainda assim o chamam de simples
hipocritamente chega a soar como elogio
esse alguém mesmo importante (rico)
é desprendido dos seus bens
Vive simploriamente seus dias de vida
e então essa pessoa é admirada, elogiada e todos
por uma boca só falam esse fulano tem tantas posses
mas é uma pessoa tão simples
Como se o fato de alguém ter dinheiro demasiado
desse a ela o direito de ser egocêntrica
ou se achar melhor do que
as demais pessoas
Mas sera que os pobres
nunca serão mesmo importantes?
Sera que nunca seremos tratados
como seres iguais?
Queria mesmo é que todo mundo
fosse tratado feito gente e que
a unica diferença que houvesse
fosse a de identificar
Se gente boa se gente má
afinal quando Deus criou o mundo
ele não criou cartórios
mas os ambiciosos assim o fizeram
Com o coração cheio de ganância
demarcaram seus territórios
enquanto os que gostavam mesmo
da paz e da natureza
Eram caçados como escravos
para erguer propriedades
oriundas de orgulho e maldade
daqueles que implantaram no mundo
A ideia de que seu ouro e suas terras
os faziam importantes enquanto todos os outros
simples plebeus que por sua vez
nunca seriam importantes
Jamais adentrariam a realeza.
Rafaela Cartaxo
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Por você vale tudo
Tudo que eu preciso é do seu amor
o universo é tão grande
o mundo tão cheio de pessoas
andei por muitos lugares
E até conheci muitas pessoas
mas nenhuma com o teu toque
nenhuma com o teu cheiro
não é capricho nem muito menos fetiche
Se digo que te quero
que te desejo como nunca antes
houve desejo em mim assim desse jeito
bem dentro de mim faíscas
Que estalam, queimam, ardem
o coração envolto do peito
que com ternura
protege o meu amor
Por você escalaria o Everest
atravessaria o deserto do Saara
e mesmo sem saber nadar
se você me desse uma chance
Eu me atiraria ao mar
só porque tudo que eu mais quero é você
pisaria no fogo e andaria pelo gelo
só pra te provar que não quero mais errar
Eu só preciso
de uma unica chance
pra fazer você me amar.
Rafaela Cartaxo
Preciso de uma chance
Meu amor
minha consciência esta limpa
sei que fiz a minha parte
sei que te provei o quanto me arrependi
Confesso que te machuquei
mas a dor que sinto agora
já passou de punição a castigo
torturas, torturas, torturas
Se ao menos uma chance me desse
poderia provar que tudo não passou
de um grande engano
uma grande confusão
O que eu posso fazer
pra você entender que é você
o homem que eu amo
e que quero sempre
dentro, dentro, dentro
dentro de meu coração
baby acredita eu só preciso de uma chance
você não vai mais se arrepender
Não
não
não
não.
Rafaela Cartaxo
Cruel ausência
O amor não dói
não machuca
não inflama
nem sangra
O amor é a cura
de todos os males
pois a vida de nada vale
Sem que em sua existência
O amor não tenha existido
seria como habitar a terra
vivendo num corpo inanimado
sem a magia da alma
Seria como abrir um coco
sem água sem carne
seria como a mãe que deu a luz
e sem seios não alimentou o filho
O que dói
machuca, sangra, inflama
é a saudade do amor que se foi
sem motivos de voltar depois
É a saudade que mata
pela carência da ausência
de outra alma que habitou a sua
em carne em unha
É como mutilar
o próprio espirito
sendo forçado a extrair
todo vestígio deixado pelo outro
Que já não quer ancorar
nosso porto de inseguranças
por isso tenha calma
sossegue a alma
Esteja sempre alerta
para não ferir o amor
que ao defender-se
dos maus tratos
Vai sem volta
e acaba ferindo
de saudades
a alma de quem fica.
Rafaela Cartaxo
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Te perdi
Teus beijos
tinham gosto de fruta
fruta fresca em final de tarde
Mãos esculpidas
no estilo barroco
apalpavam-me rudemente
Meu corpo carente
não resistiu as tuas seduções
me traiu cedeu
Tudo passou
outra te levou
e hoje nesse apartamento
Me restou a insonia
na qual componho versos
versos de ti ...
Que se reversam
com loucura dentro de mim
e me perdendo te perdi ...
Carne metálica
Fomos feitos de carne
mas vivemos
como se fossemos
maquinas, maquinas, maquinas
Somos postos a prova
todo santo dia
piedade parece não haver
não para nos ...
Cresci a perguntar
também a perguntar-me
queria entender
o que não tem explicação
Hoje francamente
eu afirmo
nesse mundo
tudo é ilusão
E tudo que eu aprendi
foi que vive mais feliz
aquele que não questionou.
Rafaela Cartaxo
Mon amour
Quando o sono pesa
sobre minhas pálpebras
eu resisto um pouco mais
só para pensar ...
Pensar um pouco mais
em nos dois
nossos momentos
em amor ...
Que tu mon amour
os entregou a mim
sem avisar-me que
era pouco ...
Era tao pouco
ou quase nada
mas o suficiente
para me dominar ...
Dominar minha mente
dominar meus sentimentos
e ainda mais de um pouco
de tudo que há em mim ...
Rafaela Cartaxo
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Te imagino
Minha teimosia
sempre teimosa
insiste teimar te querer
tento mudar o rumo
Mas sem prumo
o desequilíbrio
segue em descontrole
ate que chega em você
Tentei trocar as emoções
de tudo que me fizeste sentir
por coisas que eu pensei
que fossem te substituir
Mas não deu
meu coração é teu
logo ou é tu
ou solidão
Em vão é
lutar contra paixão
quando a gente ama
ama mesmo sem explicação
A física altera
nossa fisiologia humana
o sangue que circula pelo corpo
parece dizer sou sua e mais ninguém.
Rafaela Cartaxo
Filosofia do Rossi
De repente
me vejo em minha sala
ouvindo o Rossi cantando musica
do álbum da Marisa Monte
E eu me pego chorando
Amor I love you
por causa de você
quase chego a esquecer
O Rossi não está mais
por aqui entre nós
dai me choro ainda mais
porque Rossi
O rei dos meus porres ...
Se foi. Ate breve!
o povão fala assim:
(Rossi, você é o meu fã)
Rafaela Cartaxo
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Maldito capital
De nada valeria a vida
se o brilho imprevisível
dos nossos olhares
não penetrassem
Nas nossas almas
fazendo do nada
ou talvez por nada
nossas bocas sorrirem
Pelas belezas mais simples
mas que enchem de amor
do real valor que dinheiro
nenhum do mundo compra
Onde a moeda nacional
e os cofres estrangeiros
são cifrões desvalorizados
nas notas dessa canção
Na cifra do meu violão
por que sou coração
que canta para vencer
o que o capitalismo impõe.
Rafaela Cartaxo
Nua e crua
Eu gosto da coletividade
eu gosto de ser gente
gosto de ser
quem posso ser hoje
No pouco
ou no muito
não sou ninguém
além de mim mesma
Porque se
dinheiro muito desse
vergonha a alguém
os ricos seriam exemplo
Eu vivo do que tenho
porque aprendi a ser feliz
com o pouco que tinha
simplesmente vivi
E viver o simples
é viver a vida plenamente
sem precisar de sombras e disfarces
que só a grana pode pagar
Eu vivo nua
eu vivo crua
eu vivo a todo instante
sendo apenas eu
E isso incomoda
os surreais
não deveria eu sei
mas se incomodam.
Rafaela Cartaxo
Ritmo do amor
Há tempos meu coração
não mais batia
por amor
Foram desilusões
antigas paixões
que fizeram ele de lata
E apesar do
tanto de desamor
hoje ao invés de pulsar
Ele bate forte
como os tambores do pelô
sinos das catedrais
Coração está em carnaval
desde que tu
tu pisou na avenida.
Rafaela Cartaxo
Saqueou-me
Quando o desejo
dilacera os vasos
e a corrente sanguínea
desempenha o seu
Funcionamento com
força total
nós perdemos a noção
perdemos a razão
Desejo louco
parece rasgar a pele
todos os músculos
de tesão estremecem
Num extinto animal
como se acasalássemos
sendo tu um cão
e eu um gato
Nos devoramos
com fúria e gana
no clímax selvagem
teu membro velozmente
Me depredando enquanto
tu me saqueias
com a rigidez
do teu órgão excitado
Que explora
os meus orifícios
te satisfazendo
em meu coito alagado.
Rafaela Cartaxo
Anti-materialismo
Hoje foi tudo virado
casa toda revirada
tudo fora do lugar
Hoje não quero ter
que me ater
a essas coisas triviais
Que eu nao me importe
que nada importe
no dia de hoje
Decretei liberdade
ao meu gato pra ele rasgar
hoje a unhas e dentes
O que melhor
lhe possa parecer
estou assim
Sem medo de nada
com receio de tudo
sou confusão acertada.
Rafaela Cartaxo
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Novo mundo
Humanidade hostil
lutam contra a especie
contra a raça
ignoram a criação
Fazendo vista grossa
adoram um deus
que nada criou
além da desunião
Deixando o poeta
com menos esperança
e mais sonhos
sonhos não de mundo novo
Mas de novas pessoas
que unidas no amor e respeito
transformem o mundo velho
num novo mundo
No lar doce lar
de todos os irmãos
sem temer religião
juntos no amor e doação.
Rafaela Cartaxo
Além da cama
Estava deitada
o sono veio
sem menos esperar
eu adormeci
Já estava a dormir
quando achei de
acordar-me em teu sonho
que o universo conspirou
A paisagem ao nosso redor
era toda deserta
estávamos a sós ali
e não deu outra
Depois de tanta espera
a imagem de te ver sem roupa
me descontrolou voraz
liberou a fera que há em mim
Nos beijamos
nos amamos
carinhos trocamos
saciada estou
Agora que acordei
estou querendo repetir
tudo outra vez
seja sonho ou realidade.
Rafaela Cartaxo
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