quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Traição


















Eu que sempre
fui de escrever
de repente me
dá um apagão

Sentada em
minha cama
ouvindo a chuva
à cair com furor

Recordando os
últimos minutos
do teu interfone
tocando sem parar

Quando em seguida ouvi
uma buzina berrante
e nada mais estava
no mesmo lugar

Eu estava longe
impossibilitada
de bater tua porta
no entanto tu abrias

A tua porta para ela
apertasse o mudo
do telefone que
nos ligava

Nada estava
mais as claras
ninguém podia
mesmo me ouvir

Não importava
se eu gritasse
amor fala comigo
ela não me ouviria

No meu estômago
úlceras se abriam
dos meus olhos
lágrimas caiam`

Rolei pela cama
sem conseguir
fechar os olhos
numa angústia

Tal qual como aguardar
o resultado de uma cirurgia
sem chances de êxito
desesperança total.



Rafaela Cartaxo