quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Minhas letras

















Só sei que eu
escrevo e escrevo
redijo tudo que penso
porque não sei
outra maneira de
deixar um pouco
de mim nesse mundo
já que não canto,
não desenho nem pinto
E se não haverão
de me ouvir ou de
apreciar minhas telas
de uma coisa eu sei
gostando ou não
alguém há de me ler.

Rafaela Cartaxo

Confissão


















Colocarei por baixo
da tua porta
esse bilhete
meio apressado

Que eu fiz agora
eu sei que tu
num momento verás
estas palavras

Um tanto loucas
que escrevo agora
e algo te fara abrir
a porta imediatamente

Então não estarei
aqui de fora
a te esperar
mas olha bem

Nesse corredor
por onde tantas
vezes eu passo
não pra te vigiar

Pois minha rotina
de trabalho o
corredor percorre
vontade de te ver

Mas confesso
que sempre
sempre que passo
em tua porta

involuntariamente
congelo meu olhar
nessa porta fechada
porque atração

Não tem jeito
é uma emboscada
da química
da física
do destino

Que por ironia
achou de nos
por nesse
mesmo corredor

E talvez
nunca venhas
a saber quem
realmente sou

Rafaela Cartaxo


Amor Já












Será que tudo
tem que seguir
uma ordem
cronológica

Seria essa
ordem de
origem social
ou universal

Será que
temos que
omitir o que
sentimos

Só para
não parecermos
loucos nesse mundo
de zumbis

Diria que a
ordem do universo
é oposta
a ordem social

O universo quer
fazer acontecer
a medida do
que se sente

Quero dizer
que te amo
e que não
me importa

O quanto
pareça ser
louco dizer
isto agora

embora seja
curto o tempo
que por milagre
você surgiu

Pra que
para quê
ou por quê
não falar

O que sinto
assim agora
exatamente aqui
nesse momento

A partir do hoje
te amo agora
talvez te ame
eternamente.

Rafaela Cartaxo

Infiel











Mataria e morreria
por você
até pensei ser
que fosse

até que ela
a morte 
tão bela
nos separasse

Mas foi você
quem rompeu
o lacre que selava
intacta a amizade

Eu a tua e
tu a minha bengala
escorávamos um
no outro

Para vencer
a trilha da vida
meus restos aos teus
somavam-se 

nossos corpos
sem vida moribundos
juntos tinha de vida
mais alguns segundos

Nossas meia vidas
nos trazia o conforto
de que ninguém
há de ser tão sozinho

Ou tão sem vida
moribundo que não
encontre um só
semelhante

Que nos ajude com
amor levantar
eu levantava com você
porém desleal

Tu renunciasse
a todo primeiro lugar
que te coloquei
preferiu quase entrar

Pra minha virtual lixeira
para onde vão
todos sem respaldo
sem pena deletados

Eu esperando
do nada e por nada
uma boa moldura
pra valorizar

O que sobrou
de mim e de tu
numa fotografia
sem graça emoldurada.


Rafaela Cartaxo

Nasogátrica













Sete dias
de solidão
Sete dias
de escuridão

Sete dias
sem você
Sete dias
de tristeza

Definhando
da dor ao pranto
o teu adeus
não esperava eu

Que fosse
ser agora
e o nunca mais
vai fechando com

O pesar do passar
a minha glote
inibindo o apetite
que me dava energia

Para devorar
o teu corpo
a tua pele e
a sua alma nua.

Rafaela Cartaxo

Suplência















Não é inveja
mas queria eu
ser ela ao
teu lado

examinando
com carinho
teu furor
teu cansaço

nós dois
porque culpados
se o que houve
jamais premeditado

incendiou de
paixão e loucura
nossas emoções
nossa inocência

Sim destino
fostes tu
o culpado
vilão mascarado

que nos colocou
outra vez
nessa vida
lado a lado

Porém eu
atrasada cheguei
enquanto tu
se perdia

ao lado dela
sabendo que
faltava algo
sensação do vazio

foi preenchido
quando o teu
olhar no meu
se encontrou.

Rafaela Cartaxo

Olhos fluviais


















Arrebentou ribeirão
dos meus olhos
como a queda
da cachoeira

Despencava na face
minhas lágrimas
se ouvia nítido
água na ribanceira

Eu chorando
de tristeza
a dor de tu
ter partido

Para longe dos
olhos meus
afogando-me na
poça do abandono.

Rafaela Cartaxo

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sepulcro












Quisera eu
ser tua
o que tu
quisesse

Nas tuas mãos
entregaria
de olhos fechados
minha vida

Por que de
que adiantaria
ainda viver
se sem ti

Vida é morte
e se assim for
morro em vida
sem teu amor.

Rafaela Cartaxo

Satisfação


















Meu corpo
deitado sobre
essa cama
nosso ninho

De amor
descansa com
toda calma
aquela pressa

Que eu tinha
de te amar
transando sem
limite algum

Nos engalfinhando
como gatos
que pelos tetos
transam sem pudor

Você experimenta
do meu sabor
e parece gostar
sou toda invadida

Por tua adrenalina
em excesso eu
transbordo do
meu tesão em você

Tu sentes
minha calda quente
e se borra todo
dentro de mim

Nossos líquidos
agora misturados
escorrem de
orifício a baixo

Se perdendo
nas pernas trêmulas
de quem se entregou
com todo prazer.

Rafaela Cartaxo






Corrupção













Nosso sexo
é tão quente
como o núcleo
desta terra
e o liquor
do teu desejo
dentro de mim
incendeia e queima
minha matéria
do fogo imaterial
desejo carnal
que corrompe
seres humanos
seduzidos pelo
prazer súbito
da química
que descontrola
nossos corpos
euforia animal
tesão irracional
que enlouqueceu
o teu órgão
no meu genital.

Rafaela Cartaxo

Perfume


















O teu cheiro
incensou a
minha pele

embriagada fiquei
minhas narinas
trairam-me

não posso mais
te resistir
louca estou

me dominou
como jamais
alguém conseguiu

mexer tanto
no meu eu assim
sem saída

me deixou
encurralada
por tanto amor.

Rafaela Cartaxo

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Destino



















Tava aqui pensando

que engraçado,

eu fui virar o ano

na praia mas não

me lembro de ter

visto o mar,

a unica lembrança

que tenho é que eu

me afogava em teu olhar,

a cada vez que os

nossos olhares

cruzavam e eu

posso dizer com

toda verdade que

transbordei em alegria,

em êxtase inestimável

e até agora me sinto

arrebatada com

toda beleza que senti

enquanto eles brilhavam

sincronizado com as estrelas,

e mesmo que eu

não visse mais

nem o mar nem as estrelas

eu sei que se você estivesse

perto de mim me olhando,

céus e mares eu teria

por perto bem dentro

do seu olhar inesquecível.


Rafaela Cartaxo