sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Receptáculo

















Com o olhar
me atraiu
com o beijo
seduziu

Com as mãos
me despiu
com a boca
o gosto sentiu

Que peculiar
viciou teu paladar
incitando sua
gana insana

A tua
arma genitália
meu receptáculo
vorazmente violar




Oh morte












Às vezes cedo
Às vezes tarde
tu vens nos
encontrar

Leva pai
leva mãe
leva filho

Deixa morto vivo
aquele que não
quis levar

Eis agora
coração moribundo
do pranto profundo

Daquele que
chora a morte
o amor que se foi.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Nervos de aço













Eita saudade
despenteia
os cabelos
a face

Borra
maquiagem
torneira
do olhos meus

Esmiúça
meu bigorna
dos gritos
desesperados

Resultado
da ansiedade
que mastigou
nervos de aço.

Teu jogo tolo













Brincou demais
ta difícil acreditar
que tudo fez parte
desse teu jogo

Você trapaceou
abusou de mim
fez-me acreditar
que era pra valer

Já não sei
o que fazer
tudo me parece
triste sem você

Você é mesmo tolo
Se imaginava que
por ti eu não
me apaixonaria.

Partido ao meio












Já vociferei
contra você
contra mim
é o fim

Sonhos que
me fizesse sonhar
agora me fazem
chorar e chorar

Tuas palavras
lisonjeiras trazia
sempre alegria
ao meu dia

Doces mentiras
alimento da ilusão
que fez meu coração
partido ao meio.

Novo espetáculo















Despertei cedo
entre as grades
da minha janela
avistei o céu

As nuvens
pareciam dançar
no palco azul
à luz solar

ventania soprou
meu quarto
levou embora
sobras de ti

Assim como
surge novo dia
enterro na noite
o passado

que te abrigou
fazendo da manhã
novo espetáculo
sem tuas cortinas.

Amor fingido












Pensamentos são
armas tetânicas
que infeccionam
músculo cardíaco

Uma dose de veneno
outra de antídoto
espasmos latentes
oriundos da dor

Que sorrindo
tu causou
amarguei, desiludi
abismei em ti

Palavras abrasivas
camufladas de
amor fingido
compõem náuseas

Quero pôr fora
toda porqueira
dita por tua boca
para me enganar.

Ironicamente atriz












Pareceu real
bela atuação
meu bem,
aplausos!

Reproduzo
na mente
a mini-série
escrita por ti

Fui participante
atuei sem saber
enquanto te amava
tu apenas atuava

Finges bem
e da poetiza
ironicamente
fizeste atriz.

Volta e meia














Lua crescente
sol nascente
lágrimas ao
entardecer

recordam-me
lembranças que
insisto esquecer
a cada amanhecer

sol,chuva,sereno
o tempo muda
o tempo não volta
mas volta e meia

Mesmo sem querer
estou eu aqui bem
querendo te esquecer
e só de pensar me lembro.

Rafaela Cartaxo


Ainda lembro


















O tempo passou
mas as tuas memórias
não passam
teimam em ficar

Aprendi a fingir
que já não penso
em tudo que vivi
ao seu lado

Hoje sei bem
que és apenas
um sedutor
frio e sem amor

Mesmo sabendo
que de tudo
nada foi real
ainda lembro.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Seu fruto

Assim como
o sino retine
e a voz ecoa
os ventos

Meu coração
tem ritmo duplo
já  bate
acompanhado

Vive mais
alguém em mim
cresce em meu
convés um filho

De barco
ancorado no
cais do amor
que já partiu

Mas deixou
seu fruto
crescendo dentro
de mim...

Rugas de Narciso















Que infame
Cruel homem
Ilusiona jovens
Moças e viúvas

Para semear
Seu sêmen
Sem amor,dor
ou remorso

Por plantar
Nos ventres
Cortejados O
Fruto da vaidade

Do ego ferido
De quem
Nunca Amou
nem morto Nem vivo

Chora Narciso
Teu belo rosto
Envelhece encolhido
As maldades que fez

Teus Troféus
Refletem agora
Rugas desprezíveis
De amarguras.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Apenas personagem











A cada noite
que se vai
em cada dia
que amanhece
tenho ainda mais
a certeza que
me apaixonei por
um personagem.

Teu amor banal













Palavras triviais
sentimentos reais
nostalgia o que
de certo foi

A espera de
um adeus
teus beijos
abstrato se fez

Ser ou não ser
mantivesse em dolo
esta minha espera
a secundar meu sofrer

Teu olhar seduziu
os meus sentidos
segregou meu coração
banalizou o amor.

A luz do teu amor
















Queria escrever
uma carta de amor
com palavras que
tocassem teu
coração

Fechei os olhos
para pensar em algo
que descrevesse com
detalhes a beleza
desse amor

E o escuro  dos
meus olhos acendeu
com o doce brilho
do teu olhar a
minha alma


Mergulhei suave
nesse momento em
meus pensamentos
nada encontrei
além de ti.












Filhos sem memória

















Houve uma época
que meu ventre foi
teu colo e o meu
sangue teu alimento

Um pouco depois
meus braços teu escudo
meus seios teu celeiro
e por fim travesseiro

Mais um pouco
foram meus braços
minhas pernas e
minha boca

Hoje já cansados
muito trabalharam
para te ver crescer
saudável e sem dor

Contudo percebo que
de tudo esquecestes
e das lembranças
não fizeste mestre.